A lendária dupla francesa Daft Punk anunciou uma remasterização em 4K do seu icônico filme de anime Interstella 5555: The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem, que chegará aos cinemas mundialmente pela primeira vez. No entanto, a notícia que deveria ser motivo de celebração está gerando debates acalorados entre os fãs devido ao processo de remasterização utilizado.

Lançado originalmente em 2003, Interstella 5555 é uma colaboração entre Daft Punk, o renomado  Leiji Matsumoto e o estúdio Toei Animation. O filme de 65 minutos serve como um complemento visual para o aclamado álbum Discovery, considerado por muitos como um dos melhores trabalhos da dupla francesa.

A exibição especial nos cinemas está programada para 12 de dezembro de 2024, e junto com ela, vem uma série de lançamentos exclusivos:

- 5.555 vinis dourados em edição limitada

- 5.555 CDs numerados

- 25.000 vinis pretos

- Uma coleção especial de itens exclusivos

- Artwork da edição japonesa original de *Discovery*

No entanto, após o lançamento do trailer da remasterização, surgiram preocupações sobre o uso de inteligência artificial no processo de upscaling do filme. Fãs nas redes sociais apontaram diversos problemas:

- Cenas com multidões apresentando artefatos visuais típicos de upscaling por IA

- Perda de algumas características artísticas originais

- Questionamentos sobre a necessidade real da remasterização

Um detalhe particularmente irônico notado pelos fãs é que o próprio filme aborda temas sobre a transformação corporativa da arte em produtos sem alma - justamente o que alguns acusam esta remasterização de fazer.

Apesar da controvérsia, esta é uma oportunidade para os fãs e colecionadores. 

Interstella 5555 permanece como um marco na intersecção entre música eletrônica, cultura pop e animação japonesa. Independentemente das opiniões sobre a remasterização, seu lançamento nos cinemas permitirá que uma nova geração de fãs experimente esta obra na grande tela.

Esta remasterização levanta questões importantes sobre o uso de IA na preservação de obras clássicas e o equilíbrio entre acessibilidade e fidelidade artística - um debate cada vez mais relevante no cenário da música eletrônica atual.

Artigo originalmente publicado na Music Tech