O início dos anos 2000 trouxe uma explosão de energia para as pistas de dança com o movimento Italo Dance. Esse estilo, que combinava a nostalgia da Italo Disco dos anos 80 com as batidas aceleradas e os sintetizadores modernos do house, eurodance e trance, rapidamente se espalhou da Itália para toda a Europa e América Latina, criando um fenômeno irresistível nas baladas.

Gigi D'Agostino foi um dos maiores nomes do gênero, transformando faixas como "L'Amour Toujours" e "Bla Bla Bla" em verdadeiros hinos. Suas melodias batidas foram essenciais para definir o som do Italo Dance. Outro grupo que marcou época foi o Eiffel 65, famoso por "Blue (Da Ba Dee)", que misturava eletrônica e pop de forma inovadora, conquistando o mundo.

O integrante do grupo, Gabry Ponte, também se destacou em carreira solo com hits como "Geordie" e "Time to Rock".

 
E claro, temos também a dupla Prezioso feat. Marvin, que lançou faixas inesquecíveis como "Tell Me Why" e "Voglio Vederti Danzare".

Mas o Italo Dance também foi marcado por uma curiosa onda de "onehit wonders" – artistas que explodiram com um único sucesso e depois desapareceram da cena. Entre eles estão:

 Naïve, com "Looking 4 Happiness", um exemplo clássico da energia do Italo Dance.

Slow & Newland, cujo hit "Being In Love", lançado em 2003, capturou o espírito do gênero com suas linhas de sintetizador e vocais suaves.

E a curiosidade aqui é que tanto Naïve quanto Slow & Newland são as mesmas pessoas: os produtores italianos Luca Lento e Roberto Terranova. Dois projetos, com apenas uma música cada...

DJ Lhasa, que alcançou enorme popularidade com "Giulia", mas não conseguiu emplacar outros sucessos do mesmo nível.

DJ Ross, que marcou o início dos anos 2000 com "Emotion", uma faixa icônica que definiu o som da Italo Dance, embora o produtor tenha tido dificuldade em manter a mesma relevância após esse hit.

Uma das particularidades mais fascinantes do Italo Dance era o fato de muitos DJs e produtores criarem múltiplos projetos e usarem diversos pseudônimos. Isso acontecia por várias razões:

O uso de diferentes nomes permitia aos produtores testar estilos variados sem comprometer sua imagem principal. Em vez de serem rotulados com um único som, eles podiam lançar faixas de trance sob um nome e faixas mais pop ou comerciais sob outro.

Ao diversificar seus projetos, os produtores conseguiam ampliar sua presença no mercado. Ter múltiplos nomes em circulação significava que eles podiam lançar mais músicas em curto espaço de tempo, mantendo o público sempre interessado em "novidades", mesmo que fossem os mesmos criadores por trás das faixas.

Em muitos casos, o uso de pseudônimos facilitava colaborações e permitia que produtores lançassem músicas por diferentes gravadoras, contornando limitações contratuais que poderiam exigir exclusividade com uma determinada empresa. Essa flexibilidade era uma grande vantagem no mercado competitivo da dance music, onde os acordos de exclusividade podiam restringir a liberdade criativa e comercial dos artistas.

O público da Italo Dance buscava sempre algo novo e excitante. Ao adotar múltiplos nomes, os produtores conseguiam criar um ar de novidade constante, lançando sucessos sob diferentes identidades, muitas vezes "competindo" entre si nas paradas, o que ajudava a manter o gênero fresco e dinâmico.

Embora o auge do Italo Dance tenha ficado no passado, o impacto dessa era na música eletrônica ainda é muito forte. Nomes como Gigi D'Agostino e Gabry Ponte continuam influentes, e muitas dessas músicas são tocadas em festas retrô e eventos temáticos. A energia do gênero ainda faz dançar, e para quem quer reviver esses clássicos e descobrir pérolas escondidas do movimento, basta sintonizar na Rádio Central DJ Flash 2000. Lá, você poderá relembrar desde os grandes hinos até os one hit wonders que fizeram as pistas de dança tremerem.

*Matéria em colaboração com Dj Arvy - Live Mix